A resistência da casca do ovo vai naturalmente diminuindo à medida que a idade das galinhas poedeiras vai avançando. Sob o ponto de vista nutricional, alguns procedimentos permitem “aliviar” esta fadiga metabólica.
Não nos esqueçamos que a galinha tem de ultrapassar uma dificuldade dupla:
Se por um lado o tamanho do ovo aumenta com a idade (teoricamente mais cálcio é necessário para a casca), por outro lado também a idade diminui a eficácia do processo de encascamento. Menor capacidade para encascar, exatamente quando mais seria necessária.
É por esta razão que com frequência assistimos a percentagens elevadas de ovos partidos ou rachados (até 20%) em bandos mais velhos, com importantes perdas económicas para os produtores.
1. Absorção de Cálcio
Como já referi, a razão pela qual as galinhas mais velhas põem mais ovos rachados ou partidos, tem a ver com a dimensão desses mesmos ovos. O oviducto deverá em princípio depositar a mesma quantidade de cálcio por cada ovo (cerca de 2g). Sabendo que o cálcio é o maior responsável pela rigidez da casca, é espectável que maiores ovos possuam uma casca mais fina.
Com a idade, o metabolismo e a absorção do cálcio são prejudicados, mas a simples adição de maiores quantidades de cálcio no alimento não resolve eficazmente o problema. Para atingir este propósito há que promover a administração de fontes de cálcio não só mais digestíveis, como susceptíveis de proporcionar um aporte de cálcio mais prolongado no tempo.
2. Fósforo e Fitase
O fósforo é o segundo mineral mais importante no que diz respeito à qualidade da casca do ovo. Pode ter um papel antagonista em relação ao cálcio. Isto é, uma quantidade elevada de fósforo no alimento pode bloquear a absorção do cálcio.
Hoje em dia, todas as rações de poedeiras incorporam fitases, o que permite formular com níveis mais baixos de fósforo total. Estas enzimas (fitases) permitem a metabolização de quantidades consideráveis de fósforo fítico, presente nas matérias primas, que de outra forma não seriam aproveitados. Esse cálculo tem de ser correcto, sob pena de podermos estar a sub ou sobrevalorizar as quantidades de fósforo que o animal realmente ingere.
3. Vitamina D e metabolitos
O equilíbrio cálcio/fósforo está dependente da disponibilidade de Vitamina D. Logo, níveis elevados desta Vitamina têm efeito positivo na qualidade da casca do ovo. No entanto esta relação não é ilimitada, sobretudo nas galinhas mais velhas. Na prática obtêm-se melhores resultados quando se utiliza uma forma de Vitamina D mais bioactiva, como é o caso da 25-Hidroxicolecalciferol (25-OH-D3).
4. Microelementos e formas orgânicas
Conjuntamente com o cálcio, vários microelementos têm importância na qualidade da casca do ovo. Estão incluídos o Zinco, Manganês e Cobre que actuam como co-factores das enzimas responsáveis no processo de mineralização da casca. De modo simplista aumentar os níveis destes minerais pode não ser a medida mais adequada, pois ultrapassando um determinado limite, não há absorção. Por outro lado, os seus níveis de incorporação podem estar limitados por imperativos legais.
Uma boa alternativa é o uso de quelatos destes minerais, que têm uma absorção muitíssimo mais completa e metabolicamente mais activa.
Não existe uma receita simples que de um dia para o outro possa resolver este problema crónico nas galinhas poedeiras mais velhas. Para além destas ajudas nutricionais, um amplo trabalho de maneio também é necessário nos bandos. Deve existir um plano detalhado com início na recria e na importantíssima fase da pré-postura, com o intuito de “preparar” os animais para a produção. Uma coisa é certa:
Não existem curas ou produtos milagrosos que através de mais 1 Kg adicionado ao alimento, ou uns mililitros na água de bebida, consigam inverter um processo natural, que tem a ver com o envelhecimento dos animais.
Consulte a equipa técnica da TNA para o ajudar
Equipa Técnica TNA
Fonte: https://www.wattagnet.com/egg/egg-production/article/15516109/digital-edition