Atualmente, são conhecidas mais de 400 micotoxinas, produzidas por fungos, dentro dos quais destacamos Aspergillus, Fusarium e Penicillium, contudo, estoma-se que número total de micotoxinas possa ultrapassar as 2000.
As culturas mais afetadas por fungos são: trigo, centeio, cevada, aveia, arroz e especialmente o milho.
A contaminação pode ocorrer ainda no campo ou durante o armazenamento dos grãos.
As micotoxinas mais relevantes na produção animal são: Aflatoxinas, Fumonisinas, Ocratoxinas, Tricotecenos (DON, T-2 e HT-2) e Zearalenona.
A presença de diversas micotoxinas nas matérias primas que entram na constituição do produto acabado para os suínos e outras espécies de produção animal, é uma realidade muito presente no nosso dia a dia. Sabemos que os seus efeitos não são apenas aditivos, mas muitas vezes sinérgicos. Uma micotoxina potencializa a toxicidade da outra, mesmo em doses em que se estivessem isoladas, não provocariam problemas relevantes.
O intestino aparece como o primeiro ponto de contato das micotoxinas veiculadas pelo alimento, e sua microbiota pode agir, quer combatendo esse “agente”, quer ser alvo de efeitos nefastos provocados por este mesmo “agente”.
A interação entre micotoxinas e microbiota intestinal é muito complexa e bidirecional. As micotoxinas modificam a composição e função da microbiota, e a microbiota pode influenciar a toxicidade das micotoxinas.
As micotoxinas podem afetar a microbiota intestinal provocando uma disbiose, em que verificamos uma redução das bactérias benéficas (Lactobacillus, Bifidobacterium) e um aumento de bactérias patogénicas ou oportunistas (E. coli, Clostridium). Associado a micotoxinas, é possível verificar aumento da permeabilidade intestinal, movimento de bactérias e endotoxinas para a corrente sanguínea levando a inflamação sistémica, indução da produção de proteínas inflamatórias. Outra consequência das micotoxinas é a redução de fermentações benéficas, menor produção de ácidos gordos de cadeia curta (ex: butirato) e uma diminuição da absorção de nutrientes.
Por outro lado, a microbiota intestinal tenta combater as micotoxinas, estando envolvida em alguns processos de biotransformação. Algumas bactérias intestinais podem degradar ou modifica-las, impedindo e diminuindo a sua absorção. A produção de alguns ácidos orgânicos a nível intestinal reduz igualmente a absorção destas toxinas.
Sabemos que os leitões desmamados, são muito mais sensíveis, pois possuem um intestino ainda imaturo com uma microbiota em formação. Micotoxinas nesta fase crítica aumentam o risco de disbiose e consequentemente potenciam as infeções secundárias.
Seguem alguns exemplos específicos de efeitos de micotoxinas a nível entérico: Tricotecenos (como DON e T-2) induzem morte de células intestinais, reduzindo a altura e profundidade das vilosidades intestinais, aumentando a permeabilidade intestinal e interferindo diretamente na absorção de nutrientes. As Fumonisinas induzem igualmente morte de células intestinais aumentando a permeabilidade intestinal e facilitando a passagem de bactérias para a corrente sanguínea. Por sua vez as Ocratoxinas aumentam igualmente a permeabilidade intestinal, induzem stress oxidativo, comprometendo a integridade intestinal e a função imunitária.
O controlo dos teores de Micotoxinas e sua monitorização nas matérias primas é muito importante.
A TNA no seu laboratório possui equipamento que permite analisar em simultâneo as principais micotoxinas: Fumonisina, Ocratoxina A, Aflatoxina G, Aflatoxina B, T2HT2, Zearalenona, Deoxynivalenol.
Possuímos igualmente na TNA uma gama de antifúngicos e adsorventes de micotoxinas.
Fale com o departamento Técnico da TNA para esclarecer as suas dúvidas.
Fonte Bibliográfica: havinews.com/revistas-avinews/